"Estímulo a medicamentos sem eficácia contra Covid foi criminoso", diz Senadora Eliziane

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

A líder do bloco parlamentar Senado Independente, Eliziane Gama (Cidadania-MA), disse em audiência desta quarta-feira (11) da CPI da Pandemia que o estímulo ao uso de Ivermectina e de outros medicamentos sem comprovação científica para combater a Covid-19 foi “criminoso”. A audiência de hoje foi para ouvir o diretor executivo da Vitamedic, Jailton Batista.

“Nós temos um presidente que faz propaganda de um medicamento. Temos, por outro lado, uma empresa que faturava 15 milhões de reais e que saltou para um faturamento de 466 milhões de reais no ano de 2020. E temos um povo que é estimulado a usar a Ivermectina de forma deliberada. Quanto aos danos à saúde da população não sabemos, porque ninguém se preocupou com isso”, disse a senadora.

De acordo com a senadora, as empresas, ao invés de trabalharem na pesquisa científica, investiram na publicidade de produtos duvidosos. “O ciclo é muito ruim e criminoso, de morte”, declarou a representante do Maranhão.

Eliziane frisou ainda que a população pobre foi a mais prejudicada com a propaganda enganosa feita pelo presidente e pelo governo. “Por ser um remédio mais barato, muitos adquiriram o produto, incentivados pelo presidente como garoto propaganda, para tentar se proteger da doença”, enfatizou a senadora.

Documentos obtidos pela CPI revelaram que as vendas de Ivermectina da Vitamedic aos governos estaduais passaram de zero caixa em 2019 para 350 mil caixas em 2020. Já para os governos municipais, consta que as vendas passaram de zero também em 2019 para 1,1 milhão de caixas em 2020. Um levantamento do Conselho Federal de Farmácia (CFF) enviado à CPI prova que em nove estados a venda do remédio aumentou mais de 1000%.

A senadora ressaltou que as empresas, enquanto os brasileiros morriam, deixaram a ciência de lado e investiram na propagação de fake news originadas a partir de pronunciamentos do próprio presidente da República.

A senadora lembrou que a Dra. Jurema Werneck, quando esteve na CPI, o país se aproximava de 500 mil mortes, ponderou que pelo menos 400 mil óbitos poderiam ter sido evitados com informações elementares, com o uso de medidas não farmacológicas, com a utilização do álcool em gel, da máscara e com o distanciamento social.

Jailton confessou que a Vitamedic financiou publicidade do grupo bolsonarista “Médicos pela Vida”, ligado ao chamado gabinete do ódio, que divulgou fake news a favor de medicamentos sem comprovação científica e contra o isolamento social, uso de máscara e a vacina. O suporte financeiro aconteceu mesmo com o colapso da falta de oxigênio em Manaus (AM).

Eliziane Gama lamentou que a empresa, que saiu de uma movimentação financeira média para um patamar bilionário, não usou a ciência e os bons procedimentos médicos para salvar vidas no Brasil.
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