“Alguém saberia dizer quanto a Caema fatura por mês em Imperatriz; quanto ela reinveste aqui e para onde vai esse dinheiro? – Existiria, na face da terra, alguém satisfeito com os serviços pelos quais paga à Caema? – Por acaso, já nasceu a pessoa que acredita que, e algum dia dos próximos milênios, a Caema vai cumprir rigorosamente com suas obrigações e nos brindar com os serviços pelos quais ela é contratada?”.
Com esse rol de perguntas, o prefeito de Imperatriz, Assis Ramos, abriu a discussão sobre como enfrentar o mais crônico de todos os problemas vividos pelo imperatrizense, com reflexos na qualidade de vida e, principalmente, na saúde do cidadão.
“Sem água, com qualidade, quantidade e frequência necessárias, falta asseio e se compromete a saúde; e sem esgoto, a doença corre dia e noite na porta das nossas casas, proporcionando-nos verminoses, infecções, hanseníase e a morte precoce. A Caema é a própria doença; que nos cobra para nos adoecer, pior do que isso, uma doença que, todos nós sabemos, não tem cura”, afirmou o prefeito.
Assis Ramos fez questão de ressaltar que não são os funcionários da Caema. “Estes, eu até lamento por eles, são pessoas esforçadas, tentando heroicamente fazer funcionar uma coisa velha, falida e apodrecida. Ou nós nos livramos da Caema ou ela vai nos infelicitar a vida inteira” – assegurou Ramos.
O prefeito disse que não sabe para onde vão os milhões que a Caema arrecada junto aos imperatrizenses, “porque aqui não fica quase nada, não se vê nenhum investimento, a não ser um ou outro remendo de cano estourado, porque até o nosso asfalto que ela vive rasgando, dificilmente é reconstituído”- observou.
“Mas eu sei o quanto a prefeitura se vê obrigada a desembolsar para suprir a incompetência da Caema: já são 27 poços artesianos perfurados e mantidos pelo município, socorrendo perto de 40 mil pessoas dos bairros e povoados. São dois funcionários por poço, 54, portanto, a mais de R$ 1.500 mil por mês, ou quase um milhão de reais por ano, recursos suficientes para uma escola ou um posto de saúde novo. E a prefeitura ainda é obrigada a pagar para a Caema pela água dela que não chega às escolas e às repartições", lembra o prefeito.
Segundo Assis Imperatriz tem fonte de captação de água inesgotável, que é o rio Tocantins, além de um lençol freático abundante. “O que falta é investimento e interesse político. Se a Caema está beneficiando alguém, não é a nós, que pagamos a continha mensal religiosamente” – afirmou o prefeito.
O prefeito disse que são contratos feitos ao longo das décadas, sem nenhum critério, pelas gestões anteriores. “O último foi assinado no apagar das luzes de 2016, nos últimos 5 dias do ano, quase não dava tempo. Vamos auditar, ver por onde a Caema pode nos ressarcir de tantos danos. Já existem inúmeras empresas privadas que assumem esse tipo de operação, com garantias de plena satisfação, recolhendo todo o esgoto e abastecendo todo mundo de água honestamente, por preços que não vão nada além do que a Caema cobra para não fazer o serviço. É hora de revermos isso, porque do jeito que está é que não dá mais”, afirma o prefeito de Imperatriz.