
Confira a entrevista.
Você é pré-candidato a deputado federal. Vai mesmo
disputar a eleição ou admite a possibilidade de recuo?
Não. Nossa posição é de pré-candidato, não podemos
falar em candidatura agora. A candidatura só depois das convenções, quando se
define se você realmente é candidato. Mas na condição de pré-
Não haveria nenhum impedimento jurídico?
Não tem. As questões são de menor importância, sem
dolo. São mais questões de dolo político. Pessoas que olham uma besteirinha e
fazem um processo. Mas isso não tem importância nenhuma.
Ex-prefeito, você, que tem um forte potencial
eleitoral em Imperatriz, imaginaria quantos votos poderia receber dos mais de
150 mil eleitores no município?
Olha, esse negócio de voto não é como mercadoria,
que você vai na prateleira e diz assim: quantos quilos de açúcar tem aí? Tem
cento e cinquenta quilos de açúcar. Então quero levar cem. Não é desse jeito.
Você tem que ter uma mensagem, uma credibilidade e ouvir o povo. Então, isso
não é simples. Eu não posso dizer que vou ter metade ou oitenta por cento dos
votos. Não é desse jeito. Eu vou me apresentar como candidato, na hora que
passar a convenção. Vou expor meus pensamentos, o que acredito e vou dizer o
que o Maranhão e o Brasil precisam para melhorar. Também vou dizer o que é bom
para Imperatriz. Se esse projeto meu de deputado, se eleito for, for um projeto
da simpatia e daquilo que o povo quer, aí acredito que teria uma votação
significativa. Mas o voto não me pertence. O voto pertence ao povo, que sabe
quantos votos eu irei receber.
O PMDB impediu sua disputa na eleição municipal de
2012. Como está o seu relacionamento com o presidente do partido, Antônio Leite
[presidente municipal da legenda]?
Eu não estou mais no PMDB. O PMDB teve aquela
atitude, que não foi boa para o partido. Às vezes as pessoas dizem: foi muito
ruim para ti. Não, retirou minha candidatura, agora foi ruim para o partido. Eu
tinha aproximadamente 40% das intenções de voto. Dr. Antônio Leite tinha menos
de 1%. O partido entendeu de lançar Antônio Leite e naquele dia eu disse na
convenção: se o partido optou por Antônio Leite, então tem agora o meu apoio.
Dr. Antônio Leite pode lançar a sua candidatura, que tem meu voto, meu apoio.
Sou partidário. Resultado: uma semana depois, o dr. Antônio Leite retira a
candidatura. Um sinal claro de que aquilo não foi nada mais nada menos do que
uma armação para me tirar do pleito. Foi um conchavo político. Quem ficou
prejudicado com isso? Foi o PMDB de Imperatriz. Aquilo foi muito ruim para o
partido.
Você sempre foi adversário político do prefeito
Sebastião Madeira. E hoje, qual é o seu posicionamento, já que os dois estão no
mesmo grupo?
Eu nunca fui adversário político do Madeira. Ele
que foi adversário meu. Eu nunca o agredi. Ele é que sempre foi ostensivo à
minha pessoa. A minha posição sempre foi equilibrada, decente, de respeito.
Sempre respeitei o dr. Madeira. A minha posição é a mesma e o Madeira está
mudando. E estou achando bom. O Madeira está melhorando. Quem sabe, daqui uns
dias ele fica um cara bacana.
A governadora Roseana Sarney impôs o nome de Luís
Fernando como pré-candidato a governador, mas agora, surpreendentemente, ele
desiste de disputar o governo. Como você vê isso?
Ela não impôs, sugeriu o nome de Luís Fernando. Um
bom nome. Tive uma grata satisfação de conhecer esse cidadão. Não o conhecida e
um dia perguntou se poderia me fazer uma visita para conversarmos. Ele foi na
minha casa e conversamos bastante, sobre política, cidadania, o Maranhão e
Imperatriz. Ele teve oportunidade de expor muitos pensamentos dele naquela
noite. E eu vi que o Luís Fernando é um homem preparado. Digo para você que naquele
dia me empolguei com a pré-candidatura de Luís Fernando. Agora política não é
como a gente quer. Política é como o povo quer. Quem decide a vida do político
é a voz do povo. E, infelizmente, ele não teve sucesso. Os índices dele não
cresceram, então não tinha como levar a campanha pra frente. E ele sabe disso.
A decisão foi dele. Reconheceu que iria ter um esforço gigantesco para poder
ganhar a eleição e preferiu não prejudicar o grupo, deixando a vaga aberta para
uma pessoa que tivesse mais condições de disputar a eleição.
O desentendimento dentro do grupo, o que não
ocorria antes, não contribuiria para um desgaste maior?
Eu não sei. Estava fora do país e cheguei ontem
(sexta-feira). Então, estou alheio a todas as conversas políticas. Acredito que
no decorrer desta semana que entra eu terei melhores informações sobre
candidaturas, o que os partidos e coligações estão pensando. E mesmo porque não
faço parte do PMDB. Faço parte do PMN e nem tenho que estar botando meu bedelho
nisso aí.
A pré-candidatura de Edison Lobão Filho foi
lançada. Haveria outro nome com mais chance de vencer a eleição?
Olha, esse grupo tem bons nomes. O Lobão Filho é
hoje um rapaz com muita experiência. Nós não podemos desconhecer, e nem os
adversários desconhecem, a estrutura política de Lobão, pai de Edinho. Do
relacionamento do senador Edison Lobão. Não existe um município que tenha uma
casa que não tenha o prazer de receber o senador Lobão. Então, na hora que o
senador Lobão se lança numa campanha, há um sentimento, um movimento em todo o
Estado. Mas temos outra opção muito boa, que é o senador João Alberto. Ele é um
cidadão sério, equilibrado e duro com a questão da segurança. Então, temos
várias opções, como o Gastão Vieira.
Quanto à questão do vice, qual a sua opinião? Teria
que ser de Imperatriz?
Não olho assim, mas gostaria que Imperatriz e a
região tocantina fossem representadas. Mas na política você tem que ter certos
entendimentos. A política você não faz só olhando Imperatriz e nem o Maranhão.
Você tem que olhar como um todo. O PMDB tem muitos entendimentos com o PT em
nível de Brasil. O Lula quer ajudar o Edinho e queria ajudar Luís Fernando se
ele fosse candidato. E quer ajudar qualquer candidato desse grupo.
Com a entrada de Lobão Filho, passou-se a especular
o seu nome. Haveria alguma possibilidade de você compor a chapa majoritária?
Não. Como eu já disse, essa vaga não pertence a
outro partido. Pertence ao PT. Agora poderia ser um petista de Imperatriz. Aí
seria muito bom. Gostaria de ver o PT coligado com o PMDB e outros partidos com
o vice saindo daqui. A vaga é do PT, mas como a política é muito dinâmica, se
houver algum conflito, aí sim, pode-se abrir a vaga para outro partido.
E para o Senado, quem deveria ser o candidato? No
momento fala-se em Gastão Vieira e Arnaldo Melo.
O Gastão Vieira é um bom nome. Cidadão culto e que
tem história no Maranhão. Inclusive no governo federal, não apenas de Lula e
Dilma, mas também de Fernando Henrique Cardoso, quando se falava em
planejamento pela educação, Gastão Vieira era convidado para a mesa. É um dos
conhecedores de Educação no Brasil. Eu ficaria contente em ver Gastão Vieira
como candidato a senador. Mas há outros também.
No caso de uma aliança entre o PMDB e o PSDB, João
Castelo seria o nome ideal para o Senado?
Aí seria um acordo. Você não pode trazer o PSDB
para o grupo e não oferecer nada em troca. Então, isso aí é uma negociação
política.
Passa pela sua cabeça, ainda, mais um retorno à
Prefeitura, disputando as eleições de 2016?
O meu projeto agora, se eu passar, é ser um
legislador. Eu quero deixar uma marca. Tenho uma ideia, mas nem quero falar
disso agora, porque poderia parecer campanha eleitoral antes do tempo. Eu tenho
uma coisa voltada para a educação. Acho que se eu conseguir aprovar a minha
candidatura, aí vou poder mostrar o projeto e o segmento estudantil, acadêmico,
fará uma avaliação desse projeto que tenho na cabeça. É um bom projeto.