Blogueiro clonou e falsificou documento do TJ para caluniar Sérgio Macedo

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Extrato que seria do TJMA publicado por Porão
Aos poucos vão se esclarecendo os fatos em torno das “denúncias” apresentadas por um quinteto de blogueiros, três da capital e dois de Imperatriz, contra o ex-secretário de Estado de Comunicação Social, Sérgio Macedo, atualmente assessor-chefe de comunicação do prefeito Assis Ramos. O mais afoito dos cinco, o imperatrizense Rui do Porão, cometeu o crime de falsificação de documento público, ao criar, no computador, aquilo que seria um extrato da movimentação do processo que ele diziaeandro Mirandanto ,,,, tramitar numa das varas da Fazenda Pública de São Luís.

O caso vem de longe: em julho de 2016, o blogueiro Raimundo Garrone, de São Luís, noticiou uma ação que teria sido proposta pela Procuradoria Geral do Estado contra Nan Sousa, ex-dirigente do Convention Bureau, entidade que reúne o trade turístico maranhense. Nan teria administrada de forma criminosa recursos repassados pelo governo do estado para as festas dos 400 anos da capital, em 2012.

Seis meses depois, no final de dezembro, quando Sérgio Macedo foi anunciado para a equipe do prefeito de Imperatriz, Garrone requentou a matéria, agora, colocando Macedo como “parceiro” de Nan Sousa no “desvio de recursos” da ordem de R$ 2 milhões que, “corrigidos”, hoje significariam R$ 30 milhões.

O “crime” teria sido a contratação sem licitação de artistas e da Escola de Samba Beija Flor para eventos dos IV Centenário de São Luís. Ocorre que, artistas, por não existirem em duplicidade (“Roberto Carlos só é um, assim como a Escola de Samba Beija-flor é uma só” – lembra Macedo) não podem ser licitados. “Por exemplo, agora na passagem de ano, o atual governo do Estado contratou, sem licitação, artistas para o réveillon de Imperatriz e São Luís. Para eu ser processado pela PGE pelos contratos de 2012, agentes do atual governo teriam que ser processados pela mesma PGE pelos contratos de 2016. Isso é isonomia”- lembra Sérgio macedo”.

De forma sincronizada, outros quatro blogueiros, Leandro Miranda e Clodoaldo Santos, de São Luís, e Rui do Porão e Kely da Umes, de Imperatriz, reproduziram a falsa informação. A contestação de Sérgio Macedo, em forma de pedido de direito de resposta, fundamentado num atestado da central de distribuição de processos da capital, que mostrava a inexistência daquele processo, levou Porão ao absurdo de fraudar uma certidão que ele clonou do portal do Tribunal de Justiça, inserindo números, nome do acusado e valor da ação. Com o documento montado, o blogueiro falsário postou no seu blog que “Sérgio Macedo mente quando diz que não existe ação da PGE-MA contra ele...” (reveja aqui)

TJ comprova que não há nenhum processo com a
referida numeração divulgada por Porão.
Pela falsificação de uma certidão do Tribunal de Justiça do Estado, que se enquadra como Crime de Falsificação de Documento Público, Rui Porão pode pegar de 2 a 6 anos de reclusão, mais pagamento de multa. As ações que começam a tramitar contra ele, na Justiça de Imperatriz, onde Macêdo atualmente trabalha e reside, propõem ressarcimento por danos morais e punição penal em defesa da sociedade por crime de ordem pública. Contra o quinteto de blogueiros que agem de forma sincronizada, Macêdo move ação por formação de quadrilha (quando quatro ou mais elementos se reúnem para cometer um crime).

A fraude feita por Rui Porão, um ex-atacadista e ex-vereador que hoje vive da venda de itens da merenda escolar para municípios da região, é tão rudimentar, que cai por terra no primeiro instante em que qualquer cidadão consulte o portal do TJ. A consulta é pública e rápida. Quando se digita o número criado por Porão, 0862195-73.2016.8.10.0001, o TJ responde que “nenhum processo encontrado com a numeração 0862195-73.2016.8.10.0001”.

Existem, na realidade, quatro demandas contra Macedo no fórum de São Luís, duas em decorrência da emergência feita pelo Governo do Estado em 2009, quando Jackson Lago caiu e Roseana assumiu. “Naquela época -lembra Sérgio Macedo-, o jornalista Zeca Pinheiro, então secretário de Jackson, sacou todo o recurso do ano da Secom com quatro notas fiscais e nenhuma comprovação de serviço prestado. Deixou em caixa R$ 112 reais para atravessarmos o ano inteiro com demandas como as enchentes do Tocantins e do Mearim, o combate à febre aftosa e a segurança pública. O MP me denunciou com base em rótulos de campanhas, mas não comprovou lesão ao erário e nem que as campanhas feriam o objeto da emergência. Respondo a esses processos com a maior tranquilidade e consciência de que não errei.”

As outras duas demandas, uma foi proposta por Domingos Dutra, atual prefeito de Paço do Lumiar, que reclamava pelo fato de o governo de Roseana anunciar na emissora da Rede Globo no Maranhão, e a quarta, mais antiga, ainda é do tempo do governo de José Reinaldo Tavares, quando Macedo não era nem ordenador de despesas (era apenas assessor de comunicação) situação em que nem poderia responder por um eventual erro de gestão do recurso público.
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