Se as eleições fossem hoje, Flávio Dino
(PCdoB) seria o novo governador do Maranhão. O problema é que não é. Ainda
faltam sete meses, tempo suficiente para o quadro se reverter. O grupo do
comunista sabe do risco e tenta a todo custo impedir o avanço de seus
adversários, o secretário Luís Fernando (PMDB) e a deputada Eliziane Gama
(PPS).
O comportamento da
bancada de oposição na Assembleia Legislativa é o maior indicativo de que o
favoritismo de Flávio Dino revelado nas pesquisas pode se tratar na verdade de
uma bolha prestes a espocar.
O que mais preocupa
os Dinistas é que, segundo pesquisas, em São Luís, maior colégio eleitoral do
estado, com mais de 600 mil eleitores e onde a eleição será definida, Luís
Fernando e Eliziane Gama crescem a passos largos, enquanto Flávio Dino perde
votos na mesma proporção, reflexo da péssima gestão do prefeito Edivaldo
Holanda Júnior, seu aliado e quem ajudou a eleger.
As sessões na Casa se
transformaram numa espécie de palanque eleitoral. Todos os dias, a tropa de
choque do chefão do comunismo usa a tribuna para atacar o governo e o candidato
do governo. E vale tudo, desde a surrada crise na segurança, criar
factoides e até questões de cunho intimamente pessoal, como no caso da adoção
da filha da governadora, Rafaela Murad.
Mas, os problemas da
oposição não param por aí. A indefinição do futuro politico de Roseana e quem
será seu substituto no caso de renunciar para disputar o Senado, é outro
tema preocupante e bastante explorando pela turma de Flávio Dino.
A possibilidade de
Luís Fernando assumir o governo logo agora e disputar as eleições de outubro na
cadeira de governador é real e deve garantir sua vitória sobre o chefão
do comunismo.
O discurso feito hoje
pelo deputado Marcelo Tavares, em que afirmou que a Assembleia irá eleger “um
sem voto”, é a prova de que será mesmo Luís Fernando o governador eleito no
caso de uma eleição indireta na Casa.
O que chama a tenção,
é que meses atrás, era voz corrente entre os deputados da oposição que a única
chance de Luís Fernando se eleger era assumindo o governo numa eleição
indireta. Agora o discurso mudou.
O pronunciamento de
Tavares foi inoportuno. A oposição sentiu o golpe, passou recibo e deu uma de
peru em festa natalina: morreu de vésperas.
Por Marcelo Vieira