Detalhes das investigações do caso Décio Sá, revelaram as
suspeitas de pelo menos 41 prefeituras maranhenses em agiotagem. O esquema
movimentou milhões de reais.
De acordo
com a Polícia e o Ministério Público, o bando montava empresas de fachada para
vencer licitações direcionadas e utilizava ‘laranjas’, entre eles pessoas que
já haviam morrido.
As fraudes, segundo a polícia, envolveram 41 prefeituras
municipais.
Para financiar suas campanhas, os gestores contraíam empréstimos
com a quadrilha, que pegava dinheiro público como pagamento.
Os empresários Gláucio Alencar, e o pai
dele, José de Alencar Miranda Carvalho presos desde o ano passado, são acusados
de mandarem matar o empresário Fábio Brasil, em Teresina, um ex-sócio do
grupo, que teria dado um calote na quadrilha.
Eles também são apontados pela polícia, como os mandantes do
assassinato do Jornalista Décio, este por saber demais e ameaçar denunciar o
esquema no Maranhão.
Foi a partir desses assassinatos que a polícia descobriu o esquema
de agiotagem. Segundo as investigações, o grupo agia sempre do mesmo jeito.
Após pegarem empréstimos para as campanhas, os prefeitos
facilitavam a licitação para empresas fantasmas dos agiotas, que eram
contratadas para fazer serviços e fornecer produtos, como merenda escolar,
medicamentos, e até reformas de prédios públicos.
Alguns prefeitos, endividados, chegavam a assinar cheques em
branco da prefeitura para pagar os agiotas ou preenchidos e endossados pelo
prefeito para que os agiotas pudessem fazer os saques. O dinheiro saía direto
de contas de programas federais – como o programa nacional de alimentação
escolar (Pnae) e o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).