PEC 37, a quem interessa?

sábado, 13 de abril de 2013


Tirar do Ministério Público, como um todo, o poder de investigação interessa apenas aos criminosos e corruptos que se valem do dinheiro grosso imundo para preservar a impunidade. Em um país onde a corrupção é a reza diária de parte dos operadores do Estado, imaginar que investigações policiais serão isentas é o mesmo que acreditar em cegonha.

Promotores e procuradores promoveram nesta sexta-feira, 12/4, um ato contra a aprovação da PEC 37. O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Marcio Elias Rosa, afirmou que a referida proposta está “em desacordo com a realidade do Brasil” e que o Ministério Público deve continuar a investigar atos de corrupção e crimes econômicos, popularmente conhecidos como crimes do colarinho branco.

“A população brasileira libertou-se dos escuros porões da ditadura, mas ainda há escuridão para boa parte da população. Há crianças sem esperança, idosos sem sonhos, há miséria, exclusão, há moradores de rua e gente que não tem o que comer. Grande parte dessa carestia é resultante da prática de crimes contra a administração, delitos econômicos, sonegação fiscal. Nosso compromisso é reverter essas mazelas”, afirmou o procurador-geral.

Presidente da Associação Paulista do Ministério Público, Felipe Locke Cavalcanti, declarou que a aprovação da PEC 37 deixaria impunes os políticos que praticaram atos de corrupção.

“É preciso saber que essa PEC interessa aos corruptos, aos malfeitores, àqueles que agridem a sociedade”, disse Locke. “Nós temos um caso célebre, onde infelizmente um malfeitor, um criminoso, um corrupto, remete dinheiro ao exterior e tem ordem de prisão expedida pelas principais cortes internacionais e no Brasil é um dos principais defensores dessa PEC da Impunidade, não sem razão, pois é o principal beneficiário dela.”
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