Tirar do Ministério
Público, como um todo, o poder de investigação interessa apenas aos criminosos
e corruptos que se valem do dinheiro grosso imundo para preservar a impunidade.
Em um país onde a corrupção é a reza diária de parte dos operadores do Estado,
imaginar que investigações policiais serão isentas é o mesmo que acreditar em
cegonha.
Promotores e
procuradores promoveram nesta sexta-feira, 12/4, um ato contra a aprovação da
PEC 37. O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Marcio Elias Rosa, afirmou
que a referida proposta está “em desacordo com a realidade do Brasil” e que o
Ministério Público deve continuar a investigar atos de corrupção e crimes
econômicos, popularmente conhecidos como crimes do colarinho branco.
“A população
brasileira libertou-se dos escuros porões da ditadura, mas ainda há escuridão
para boa parte da população. Há crianças sem esperança, idosos sem sonhos, há
miséria, exclusão, há moradores de rua e gente que não tem o que comer. Grande parte
dessa carestia é resultante da prática de crimes contra a administração,
delitos econômicos, sonegação fiscal. Nosso compromisso é reverter essas
mazelas”, afirmou o procurador-geral.
Presidente da
Associação Paulista do Ministério Público, Felipe Locke Cavalcanti, declarou
que a aprovação da PEC 37 deixaria impunes os políticos que praticaram atos de
corrupção.
“É preciso saber que
essa PEC interessa aos corruptos, aos malfeitores, àqueles que agridem a
sociedade”, disse Locke. “Nós temos um caso célebre, onde infelizmente um
malfeitor, um criminoso, um corrupto, remete dinheiro ao exterior e tem ordem
de prisão expedida pelas principais cortes internacionais e no Brasil é um dos
principais defensores dessa PEC da Impunidade, não sem razão, pois é o principal
beneficiário dela.”