O médico Igor Lago, filho do
ex-governador Jackson Lago, morto em abril de 2011, desmontou o discurso do
comunista Flávio Dino (PCdoB-foto)
que disse ter feito de tudo na defesa do pedetista quando ele enfrentou
processo de cassação na Justiça Eleitoral.
A fala
eloquente de Flávio Dino, quase chorando, para se vender como grande amigo e
advogado do ex-governador, não passou de “pura exploração e oportunismo
barato”.
Segundo Igor Lago, a defesa de Flávio Dino se resumiu apenas na
fase de depoimentos de duas testemunhas: do então prefeito de Caxias, coronel
da política regional maranhense, considerado um dos “patrocinadores” de Dino, e
do seu mentor político José Reinaldo Tavares, um dos presos pela Polícia
Federal na Operação Navalha.
─ Flávio Dino somente atuou como um dos
advogados de defesa do ex-governador Jackson Lago, em duas audiências em São
Luís, em abril de 2008, especificamente a que tratou de levantar depoimentos de
testemunhos, dentre eles, o ex-prefeito de Caxias, Humberto Coutinho – o
primeiro de uma série de prefeitos escalados para votar no então candidato a
deputado federal, em 2006, pelo ex-governador Zé Reinaldo ─ revelou Igor Lago.
Num
artigo cheio de questionamentos sobre os devaneios de Flávio Dino e sua ânsia
de chegar ao poder de qualquer jeito, Igor Lago desmonta o discurso do
comunista e deixa claro que suas falas não passam de tentativa oportunista de
capitalizar eleitoralmente em cima da imagem do adorado Jackson Lago em
Imperatriz, que obteve quase 74% dos votos na eleição de 2010.
Segue, na íntegra, o artigo de Igor Lago:
PDT surrupiado
Com a
direção estadual do partido escolhida a dedo pelos senhores Lupi e Manoel Dias,
num ato de violência, autoritarismo e desrespeito, após um período inédito de
65 dias na informalidade, assistimos, desde fevereiro de 2012, o partido
transformado numa legenda para negociatas e, também, submissa a outros
interesses e projetos de poder.
Não me resignei àquele ato, solicitei a minha retirada da atual
Comissão Provisória Estadual, o que fizeram em maio de 2012.
Faltou, aos dois donos do PDT nacional, atender ao nosso pedido de
avaliação da decisão deles por todos os membros da Executiva Nacional (conforme
amparo legal do nosso estatuto) para, se necessário, recorrermos ao Diretório
Nacional – última instância partidária, que teve a sua última e rara reunião em
janeiro passado.
Infelizmente, tocam o partido, de acordo com essas práticas e vão
levando a todos com papos e barrigas nos encontros estaduais de supostos
“planejamentos e gestões estratégicas”.
Para essa gente, o importante é tocar o “partido-empresa”, ter um
número mínimo de deputados federais para garantir o Fundo Partidário e o
controle cartorial.
Com relação ao que acontece com o PDT do Maranhão hoje, devemos
dizer que tudo isto decorre de um acerto ocorrido em Brasília, em 2011,
conforme declarações à imprensa de um de seus principais beneficiários – Flávio
Dino.
Tudo seguiu o “script” traçado pelos ilustres gestores nacionais
(Lupi e Manoel Dias) e estaduais (Weverton e Julião).
Estes tinham interesse em assumir mandato de deputado federal;
Flávio Dino, em “ter o partido na mão” para o seu projeto de poder no Maranhão
em 2014 que passava por São Luís em 2012.
Enfrentei conscientemente esta situação, por razões de princípios
e valores, bem como por crer que o PDT tem uma história democrática e popular
com todo o direito de continuá-la e preservá-la, dando assim a sua contribuição
ao processo político maranhense muito vilipendiado pelas forças do atraso, do
convencionalismo, do fisiologismo.
Os gestores cartoriais do Lupi e do Manoel Dias realizaram dois
encontros estaduais de “planejamento estratégico e gestão partidária” nos dois
últimos sábados, em Imperatriz e Caxias.
Pelas fotos e notícias publicadas em jornais e blogues, pelos
relatos, podemos dizer que nada houve de planejamento estratégico, tampouco de
gestão partidária. Somente falas e discursos a reverenciar o beneficiário maior
do lupismo que, como sabemos, não é nem do PDT e, sim, do PC do B.
É que esses chefetes estaduais precisam legitimar-se junto ao
partido e às oposições por meio da submissão.
Tem biografias de prestígio e reputação questionáveis. Sobre as
declarações divulgadas (umas beiram ao ridículo, outras a serem levianas),
gostaria de fazer as seguintes ponderações para que os companheiros e
companheiras do PDT (e a todos que possam ter algum interesse) tomem
conhecimento e possam fazer um julgamento:
1. Flávio Dino somente atuou como um dos
advogados de defesa do ex-governador Jackson Lago, em duas audiência sem São
Luís, em abril de 2008, especificamente a que tratou de levantar depoimentos de
testemunhos, dentre eles, o ex-prefeito de Caxias, Humberto Coutinho – o
primeiro de uma série de prefeitos escalados para votar no então candidato a
deputado federal, em 2006, pelo ex-governador Zé Reinaldo;
2. Não consta nos registros do Congresso nenhum
discurso do então deputado federal Flávio Dino na Câmara dos Deputados
defendendo o governo Jackson Lago durante o processo de cassação, tampouco após
o mesmo. Na balaiada, era notável a ausência do PC do B.
Alguém o avistara?
Ao contrário, o seu principal assessor até escreveu um texto no
qual afirma que não houve comemoração nem choro com a cassação, tal era a
distância política de seus projetos imediatos para com o que realmente
acontecia de importância para os reais interesses do nosso estado e país.
E, aproveitando, não há um discurso do então deputado federal
denunciando as mazelas da oligarquia, nada…Talvez, nem em 2010, quando de sua
candidatura ao governo;
3. Jamais escreveu uma linha sequer em seus
artigos semanais no Jornal Pequeno para tratar da cassação ou para defender o
governo Jackson Lago dos ataques dos adversários tradicionais.
E, tinha o seu irmão Sálvio Dino Júnior entre janeiro de2007
aabril de 2008 e, depois, o seu correligionário Eurico Fernandes, entre abril
de 2008 até a cassação de abril de 2009, como secretários de Direitos Humanos;
4. Nas eleições de 2010, todos sabemos da atuação
dos senhores Zé Reinaldo e o seu então pupilo Flávio Dino, para inviabilizar e,
depois, ultrapassar a candidatura Jackson Lago.
Reuniões, comícios, propaganda eleitoral em rádios e televisões
tratavam a candidatura Jackson Lago como ficha-suja, que seria cassada pelo
TSE, num processo habilmente guardado até a última noite de propaganda antes da
eleição.
Mesmo assim, nos últimos dois dias e no dia da eleição, os
partidários dessa candidatura espalhavam mentiras a respeito do resultado do
julgamento.
(Tinham inseguranças de que a notícia do julgamento pudesse
alterar o quadro já favorável para eles irem ao provável segundo turno?).
Além disso, tentaram mais de uma vez provocar a desistência da
candidatura Jackson Lago, por meio de factóides, sangrias, notícias marrons e
investidas de próximos junto ao candidato, além de todo tipo de artifício para
esvaziar, cada vez mais, a candidatura do PDT.
Tudo isso ocorreu de tal forma que acabou criando condições para
não se ter o tão desejado segundo turno. Quando da noite do resultado, após
mais da metade dos votos apurados, é sugerido por minha irmã Luciana a papai
que ligasse para o Flávio Dino, cumprimentá-lo e dizer que o apoiaria no
segundo turno.
Jackson Lago, cansado e decepcionado com o resultado, depois de um
tenso e longo dia (viajáramos a Santa Rita e Rosário para prestar solidariedade
ao prefeito Hilton Gonçalo, que fora preso de forma arbitrária!) ligou, mas o
outro lado não atendeu.
Logo depois, recebeu a ligação do Flávio Dino que ouviu dele os
seus parabéns e a intenção de apoiá-lo no segundo turno.
Combinaram de se encontrar na manhã seguinte no apartamento de
Jackson, fato que não ocorreu. Nada mais houve além disso! Exceto a nota em que
se autoconsagrava como o novo líder das oposições dias depois.
O resto é pura exploração e oportunismo
barato. Usaram
isso nas eleições passadas até com novas versões de que teria havido uma
combinação para começar a campanha por Imperatriz, etc.
E, agora, recomeçam a utilizá-la. Tudo pelo poder! Temo que,
conforme os incontáveis exemplos de seus professores nacionais do
lulosarneyísmo, começem a inventar supostos testamentos políticos.
O Maranhão merece muito mais do que estamos assistindo. E, para
contrapor-se a esse modelo de subdesenvolvimento, faz-se necessária a discussão
democrática e plural de sua economia, política, sociedade e cultura.
Faz-se necessário o resgate dos valores e princípios da boa
política, que serão sempre novos e arrebatadores de almas a quererem a mudança
real dos destinos de nosso estado.
As oposições têm um papel importante a desempenhar nesse sentido.
E, o primeiro passo é respeitar a história, reconhecer os fatos bem como os
erros!
Para a construção da unidade das oposições é preciso respeito,
cultivar a democracia, que não haja a indevida intromissão na vida dos outros
partidos (como temos visto no PT, PDT, PPS, PSDB e, pasmem, até na recente
Rede!) e, acima de tudo, sem submissão. Sugiro aos protagonistas das mais
variadas oposições, que se comece a discutir a candidatura única para o Senado!
]
É nosso dever, pois só teremos a disputa de uma vaga.
E, ao que me consta, ninguém fala disso. Nem mesmo aqueles que
mais se pronunciam pela candidatura única ao governo. No segundo turno, se
houver e for trabalhado por todos, a unidade se impõe como em 2006.
Receio a unidade que está sendo imposta agora, em torno de uma
pessoa, sem programa, sem compromisso de um governo democrático e popular, sem
propostas claras.
Lembro, novamente, que Jackson Lago sempre foi a favor da unidade
das oposições, mas jamais se intrometeu na vida interna dos outros partidos,
aqui ou por cima, a nível nacional, e foi candidato 4 vezes ao governo,
concorrendo com outros candidatos de oposição.
Em 2002, 2006 e 2010, sendo o principal nome, queria a candidatura
única, não houve. E, devemos constatar, não houve em 2006 e 2010 porque os
atuais proselitistas da candidatura única não quiseram!
Jackson Lago tinha biografia pela educação, pela saúde, pela
moradia, pelas reformas, pela gestão participativa. O pretenso candidato único
tem essa biografia?
E, com toda a sinceridade, devemos admitir que falhas houve no seu
governo plural agredido, diuturnamente, antes mesmo de assumir; quanto às
escolhas de alguns de seus auxiliares mal sugeridas por compromissos
políticos,…
Mas, ao contrário do que dizem os partidários do sarneyísmo e de
seus dissidentes, Jackson Lago tentou e fez muito mais que se possa imaginar e
que as circunstâncias permitiam.
Hilário assistir ao que dizia “que o Zé Reinaldo deixou o avião na
cabeceira da pista e o novo piloto não soube decolar…” e, hoje, faz um grande
esforço para dizer que o governo Jackson foi combatido. Só agora?
Para aqueles da boquinha, das circunstâncias
de poder, das ambições desenfreadas pelo poder, tudo é permissivo, passageiro,
rotineiro. Os meios justificam os fins! Será?
Portanto, nós, oposições, temos de ter muita responsabilidade em
trabalhar a escolha daquele que nos representará em mais uma batalha eleitoral.
Porque não dar esse direito ao povo, o de escolher? Saudações
Trabalhistas!
Igor Lago
05/03/2013.