Após julgamento na
tarde desta quinta-feira, a Conmebol comunicou que a punição ao Corinthians de
jogar com portões fechados como mandante na Libertadores foi revogada. Com
isso, o Timão poderá ter torcida já no próximo jogo, na quarta-feira, contra o
Tijuana, no Pacaembu. Em contrapartida, o clube recebeu multa de R$ 400 mil
(200 mil dólares) e sua torcida não poderá comparecer a jogos fora de casa
pelos próximos 18 meses.
A decisão, que
deveria ter saído na quarta, foi adiada para esta quinta pelo Comitê
Disciplinar da entidade sul-americana. O órgão foi formado pelo uruguaio Adrián
Leiza, o colombiano Orlando Morales e o chileno Carlos Tapia. O presidente, Caio
Cesar Vieira Rocha, por ser brasileiro, não participou do julgamento.
Na quarta passada,
diante do Millonarios (COL), o Timão já não pôde contar com torcida, mas quatro
torcedores entraram no Pacaembu porque portavam uma ordem judicial que permitia
a presença deles. Já na última quarta, em Tijuana, torcedores do Timão entraram
no estádio Caliente infiltrados no meio da torcida mandante. Membros da
uniformizada Camisa 12 chegaram a estender uma faixa, mas a peça foi retirada
pela polícia local.
A punição que
imperava era uma medida cautelar da Conmebol, no dia 21 de fevereiro. O
Corinthians havia entrado com um recurso para tentar anular a punição duas
vezes e não obteve sucesso. O clube achou injusto ser o culpado pela morte do
torcedor boliviano Kevin Beltrán Espada, de 14 anos, no duelo entre San José e
Timão, em Oruro (BOL), pela primeira rodada da Libertadores. O jovem morreu ao
ser atingido por um sinalizador naval atirado por um torcedor corintiano.
Desde o dia do jogo,
12 corintianos estão presos em Oruro, indiciados como responsáveis ou cúmplices
do homicídio. Em São Paulo, o menor H.A.M., de 17 anos, apresentou-se à Vara da
Infância e da Juventude de Guarulhos, assumindo ser o autor do disparo que
matou Kevin. A polícia boliviana, no entanto, ainda duvida das versões
apresentadas pelo menor e pelos 12 indiciados e não define quando eles serão
liberados para voltarem ao Brasil.